Placa como forma de pagamento no Free Flow pode facilitar a vida do caminhoneiro
30/04/2025 - Free Flow
Solução desenvolvida pela RoadCard em parceria com o Meu Pedágio busca resolver um dos maiores desafios do transporte rodoviário: a cobrança automática sem a necessidade de TAGs vinculados a contas pessoais

Felipe Dick, CEO da RoadCard

Free Flow, sistema de cobrança eletrônica de pedágio sem paradas, é uma forte e irreversível tendência nas rodovias brasileiras. A tecnologia elimina filas, reduz custos operacionais e torna a cobrança mais precisa, mas esbarra em um problema real, que é a resistência de caminhoneiros autônomos e alguns frotistas em vincular suas contas bancárias ou cartões de crédito a dispositivos como TAGs.

Felipe Dick, CEO da Roadcard, explica o cerne da questão: “O caminhoneiro tem direito, desde 2001, ao vale-pedágio obrigatório (valor pago antecipadamente pelo contratante do frete). Desde janeiro, ele não pode mais usar cartões para passar em pedágios. O pagamento pode ser feito por TAGs, mas muitos motoristas não querem vincular seus cartões ou suas contas bancárias para a aquisição destas. É por isso que o Free Flow se mostra uma opção mais aberta.

Roadcard, em parceria com a Meu Pedágio, está em processo de homologação na ANTT para validar a placa do veículo como identificador do vale-pedágio. A proposta é simples: em vez de depender de uma TAG, o sistema lê a placa e verifica, em tempo real, se a rota foi pré-paga pela transportadora ou embarcador.

Assim como hoje reportamos o número da TAG à ANTT antes da viagem, faremos o mesmo com a placa. As praças de pedágio e o Free Flow já estão preparados para essa leitura, e o caminhoneiro não precisará se preocupar com débitos em sua conta pessoal. Hoje, se o motorista passar pelo Free Flow e não tiver o pagamento antecipado, vai ter que arcar com isso na sua conta pessoal“, afirma Dick.

Vantagens e desafios

O Free Flow é visto como o futuro da cobrança de pedágios, mas sua implementação ainda enfrenta resistências. “O caminhoneiro não é contra a tecnologia, mas ele não pode ser penalizado por algo que não é sua responsabilidade direta“, reforça o executivo.

A expectativa é que, até agosto de 2025, a tecnologia esteja disponível, beneficiando especialmente motoristas autônomos e pequenas frotas que hoje enfrentam burocracias para acessar o vale-pedágio. “Queremos que o mercado abrace essa inovação. Não se trata de substituir as TAGs, mas de dar mais uma opção a quem precisa“, conclui Dick.

Enquanto isso, o setor aguarda os ajustes regulatórios para que o Free Flow, de fato, cumpra sua promessa: ser mais ágil, justo e transparente para todos.